segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mudança pela Metade



Era uma vez rapariga egoísta que só pensava em si, em si e em compras. Todas as semanas ia ao shopping comprar algo novo. Era demasiado mimada, e costumava ir passar férias todos os Verões. Umas vezes iam para o Algarve, Londres, Madrid, Nova Yorque. Mas este ano ia para um sítio diferente: uma pequena vila, onde poucas lojas haviam, e onde havia muita natureza. Como é óbvio ela não gostou e fez birra, que não ia para o meio do nada e não queria ir passar férias ao fim do mundo, etc. Esse tipo de comentários. Mas teve que ir. O que ela não sabia era que essa aldeia era diferente não só por ser, praticamente só natureza, mas sim porque lá havia uma escola especial, e era à noite.



Ela conheceu um rapaz que andava na escola da noite. Era uma escola de criaturas sobrenaturais, com poderes extraordinários. E o deus dessas
criaturas concedeu um dom especial a essa rapariga, o dom mais poderoso de todos eles. E perguntam-se vocês porquê a ela? Já que era egoísta e mimada. Mas foi por isso mesmo, ele fez isso para pôr à prova as restantes criaturas, se elas conseguissem mudar a personalidade da rapariga seriam, definitivamente, bons.


Quando soube do seu dom não quis acreditar. O ancião da escola explicou-lhe que ela podia ser teletransportada para onde quisesse, podia se transformar em tudo o que quisesse, em suma, podia fazer tudo o que quisesse. Mas ela não acreditou, mas numa altura quando estava em casa sentiu curiosidade, e então fechou os olhos e pensou «Quero ir agora para um shopping». E quando abriu os olhos estava num shopping. «Quero ir para a escola», e foi mesmo parar à escola. Quando percebeu que era mesmo verdade, que tinha super poderes, ficou radiante. Então as outras pessoas que andavam na escola da noite ficaram contentes, pensaram que já tinham passado no teste. Mas não, a rapariga depois de saber que tinha aqueles poderes não lhes ligou nenhuma. Como só pensava em si, usava-os para satisfazer os seus próprios caprichos.



O ancião resolveu contar-lhe o que originou os seus poderes: eles estavam a viver uma guerra, haviam dois grupos, eles que eram bons e outro grupo que eram os maus. Só usavam o poder para o mal e para satisfazer a sua própria vontade (a rapariga parecia-se mais com o segundo grupo, mas enfim!). Os maus encaminhavam-se para o local onde eles estavam para os aniquilar e eles precisavam da sua ajuda, mas ela não quis saber disso para nada. Se ela tinha poderes e podia usá-los para se satisfazer o quereria mais? Nada. Mesmo assim o ancião informou-a que a batalha iria
ocorrer dali a três dias, mas claro, ia ser à noite.


Apesar de tudo ela arrependeu-se, a sua consciência estava a ficar pesada e ela decidiu ajudar os seus novos amigos. Mas primeiro foi às compras. Calma, não é o que estão a pensar. Comprou roupa para várias pessoas e de vários tamanhos. Quando chegou ao local da batalha disse que não valia a pena lutarem mais e que lhes tinha comprado uns presentes, então fez dois vestuários: um para homens, outro para mulheres. «Se é para lutar ao menos é com classe»! E como os maus só pensavam em si próprios aceitaram as roupas.
  
Quando todos os maus entraram para os vestuários e começaram a experimentar as roupas, começaram-se a ouvir gritos. A rapariga tinha lhes preparado uma pequena surpresa junto com a roupa: umas cobras nunca fizeram mal a ninguém, pois não? E assim venceram os maus.



Mas ainda não acabou a história. Podia ter um final feliz, do género, ela juntou-se a eles e ajudaram-se mutuamente, mas não. Eu já tinha dito que queria um final meio feliz por isso decidi que ela iria voltar para a sua cidade, não ia ficar com os seus novos amigos, mas sempre que eles precisassem de ajuda ela ajudá-los-ia.

Mas, calma aí, a sua personalidade não mudou muito, deixou de ser tão egoísta mas ainda era um pouco, e as compras estavam sempre em primeiro lugar, ou quase sempre.

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