Era uma vez rapariga egoísta que só pensava em si, em si e em compras. Todas as
semanas ia ao shopping comprar algo novo. Era demasiado mimada, e costumava ir
passar férias todos os Verões. Umas vezes iam para o Algarve, Londres, Madrid, Nova Yorque.
Mas este ano ia para um sítio diferente: uma pequena vila, onde poucas lojas
haviam, e onde havia muita natureza. Como é óbvio ela não gostou e fez birra, que não
ia para o meio do nada e não queria ir passar férias ao fim do mundo, etc. Esse
tipo de comentários. Mas teve que ir. O que ela não sabia era que essa aldeia
era diferente não só por ser, praticamente só natureza, mas sim porque lá havia
uma escola especial, e era à noite.
Ela conheceu um rapaz que andava na escola
da noite. Era uma escola de criaturas sobrenaturais, com poderes
extraordinários. E o deus dessas
criaturas concedeu um dom especial a essa
rapariga, o dom mais poderoso de todos eles. E perguntam-se vocês porquê a ela?
Já que era egoísta e mimada. Mas foi por isso mesmo, ele fez isso para pôr à
prova as restantes criaturas, se elas conseguissem mudar a personalidade da
rapariga seriam, definitivamente, bons.
Quando soube do seu dom não quis
acreditar. O ancião da escola explicou-lhe que ela podia ser teletransportada
para onde quisesse, podia se transformar em tudo o que quisesse, em suma, podia
fazer tudo o que quisesse. Mas ela não acreditou, mas numa altura quando estava
em casa sentiu curiosidade, e então fechou os olhos e pensou «Quero ir agora
para um shopping». E quando abriu os olhos estava num shopping. «Quero ir para
a escola», e foi mesmo parar à escola. Quando percebeu que era mesmo verdade,
que tinha super poderes, ficou radiante. Então as outras pessoas que
andavam na escola da noite ficaram contentes, pensaram que já tinham passado no
teste. Mas não, a rapariga depois de saber que tinha aqueles poderes não lhes
ligou nenhuma. Como só pensava em si, usava-os para satisfazer os seus próprios
caprichos.
O ancião resolveu contar-lhe o que originou os seus poderes: eles
estavam a viver uma guerra, haviam dois grupos, eles que eram bons e outro grupo
que eram os maus. Só usavam o poder para o mal e para satisfazer a sua própria
vontade (a rapariga parecia-se mais com o segundo grupo, mas enfim!). Os maus
encaminhavam-se para o local onde eles estavam para os aniquilar e eles
precisavam da sua ajuda, mas ela não quis saber disso para nada. Se ela
tinha poderes e podia usá-los para se satisfazer o quereria mais? Nada. Mesmo
assim o ancião informou-a que a batalha iria
ocorrer dali a três dias, mas claro, ia ser à noite.
ocorrer dali a três dias, mas claro, ia ser à noite.
Apesar de tudo
ela arrependeu-se, a sua consciência estava a ficar pesada e ela decidiu ajudar
os seus novos amigos. Mas primeiro foi às compras. Calma, não é o que estão a
pensar. Comprou roupa para várias pessoas e de vários tamanhos. Quando chegou
ao local da batalha disse que não valia a pena lutarem mais e que lhes tinha
comprado uns presentes, então fez dois vestuários: um para homens, outro para
mulheres. «Se é para lutar ao menos é com classe»! E como os maus só pensavam
em si próprios aceitaram as roupas.
Quando todos os maus entraram para os
vestuários e começaram a experimentar as roupas, começaram-se a ouvir gritos. A
rapariga tinha lhes preparado uma pequena surpresa junto com a roupa: umas
cobras nunca fizeram mal a ninguém, pois não? E assim venceram os maus.
Mas ainda não acabou a história. Podia ter um final feliz, do género, ela juntou-se a eles e ajudaram-se mutuamente, mas não. Eu já tinha dito que queria um final meio feliz por isso decidi que ela iria voltar para a sua cidade, não ia ficar com os seus novos amigos, mas sempre que eles precisassem de ajuda ela ajudá-los-ia.
Mas, calma aí, a sua personalidade não mudou muito, deixou de ser tão egoísta mas ainda era um pouco, e as compras estavam sempre em primeiro lugar, ou quase sempre.

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